Nada de Domingão do Faustão nem de Fantástico. Programa de domingo nos anos 60 era o SHOW DO GORDO, com Ivan Castro, que antes era o GORDO E O MAGRO, com Ivan Castro e Glenio Reis e na sequência o RINGUEDOZE.
O Show do Gordo era um programa de auditório, ao vivo, com atrações diversas e curiosidades. Tinha um quadro que se chamava Amor à Primeira Vista, no qual uma candidata entrevistava três pretendentes a namorado sem vê-los. No final escolhia um deles para o qual era apresentada. Se o namoro evoluísse e virasse casamento, o casal recebia uma casa da contrutora Estrutural toda mobiliada e mais a festa com tudo pago. Sucesso também faziam as apresentações de curiosidades, que eram semelhantes ao "se vira nos trinta" do Faustão. Nas brincadeiras de colégio ou até em casa, dizia-se quando alguém fazia algo surpreendente: Vou te levar no Show do Gordo ou tem que ir no Show do Gordo.
Ivan Castro |
Mas a apoteose do domingo era o Ringuedoze. Crianças e adultos ficavam acordados até mais tarde só para assistir ao show de lutas livres. O nome completo variava conforme o patrocinador. No começo era Ringuedoze Tevelar, depois virou Ringuedoze Liquigás, teve até o Marinha Magazine de patrocinador.
Apresentado por Éldio Macedo, os astros principais eram o Fantomas (mascarado), Scaramouche, Cigano Stiner e o ídolo Ted Boy Marino. Existiam os vilões e os mocinhos, previamente escolhidos pela produção.
O Ringuedoze foi um dos maiores sucessos de público da televisão gaúcha. Durante os anos de 1960 e 1970, não havia quem deixasse de olhar as lutas televisionadas, ao vivo, que ocorriam no ginásio da Brigada Militar (que era tipo o gigantinho da época) em Porto Alegre.
Os cinemas do interior chegaram a mudar seus horários de filme, pois as 20 horas ninguém saia da frente da TV. Quem ainda não possuia o aparelho, se deslocava cinco, dez, até quarenta quilometros para assistir nas casas de quem tinha.
Apesar de serem duelos de luta livre, o Ringuedoze não era apenas um esporte. O diretor e idealizador da atração, Ary dos Santos, queria montar um espetáculo e, para isso, precisava de artistas. As lutas eram cheias de passos e malabarismos ensaiados na antiga Academia Ringue Doze localizada na avenida Cristóvão Colombo e administrada pelo empresário dos lutadores do programa, Irineu Nilo Rizzo. Para deixar a atração com cara de show, existia uma mesa com comentaristas dentro do ginásio, junto com a presença de juízes, do cartunista Sampaio, que reproduzia as lutas ao vivo, e personagens que interagiam com o público, como o animador marreta. Ele controlava o gongo do programa e, caso um lutador caísse próximo a ele, levava marretada.
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