Nº de Brotinhos Visitantes

domingo, 27 de maio de 2012

JERRY ADRIANI - O ITALIANÍSSIMO

Jerry Adriani foi, sem dúvida, um dos principais cantores da Jovem Guarda. Nascido em 29 de janeiro de 1947, com o nome de Jair Alves de Sousa, desde pequeno cantava músicas em italiano ensinadas pela avó. Aprendeu a tocar acordeon e aos 11 anos começou a ter aulas de canto em conservatórios do interior paulista. Se apresentou em alguns programas de rádio no início dos anos sessenta, época em que adotou o nome artístico. Em 1962 entrou como crooner no conjunto "Os Rebeldes", que se apresentou na TV Tupi. Gravou o primeiro disco, "Italianíssimo" em 1964, só com canções italianas, fazendo grande sucesso entre o público jovem. A fórmula deu tão certo que no ano seguinte a CBS lançou o LP "Credi a Me", com mais músicas italianas.
Em 1965, grava "Um Grande Amor", sendo o primeiro LP em português. Tornou-se apresentador do programa "Excelsior a Go Go" na antiga TV Excelsior (Canal 9), atual Rede TV, em São Paulo ao lado do comunicador Luiz Aguiar; apresentava músicas dos Vips, Os Incríveis, Trini Lopez, Cidinha Campos, entre tantos outros.

A partir de 1966, com o lançamento de "Devo Tudo à Você", começou a desvincular sua imagem de cantor exclusivo de canções italianas. Nessa época alguns dos maiores sucessos foram "Vivendo sem Você" e "O Homem Triste". Fez filmes para o cinema na época e ao estilo da Jovem Guarda, protagonizando "Jerry, a Grande Parada" (com Neyde Aparecida e Os Pequenos Cantores da Guanabara), "Em Busca do Tesouro" e "Essa Gatinha é Minha" (com Pery Ribeiro e Anik Malvil).



Entre 1967 e 1968, já na antiga TV Tupi, (canal 4), atual SBT em São Paulo, passou a apresentar "A Grande Parada", ao lado de grandes artistas, como Neyde Aparecida, Zélia Hoffmann, Betty Faria e Marilia Pera. Era um musical ao vivo que apresentava grande nomes da música popular brasileira.
Em 1969 ganhou o título de Cidadão Carioca.
Alternando entre o rock tradicional dos anos 50 e 60 e canções românticas, gravou dezenas de discos e atuou também como compositor. Mas seus grandes sucessos foram, em sua maioria, versões de  canções norte-americanas e italianas, como "Querida" (versão de Rossini Pinto para "Don't Let Then Move", de Garret/Howard) e "Um Grande Amor" (versão de Romeu Nunes para "I Knew Right Away" de Cogan/Foster).


Jerry Adriani foi o responsável pela ida de Raul Seixas para o Rio de Janeiro, amigos que eram desde a época que Raul possuía uma banda em Salvador, chamada "Raulzito e Os Panteras". Entre 1969 e 1971, antes de iniciar a carreira solo, Raul Seixas foi produtor de Jerry Adriani.
São de autoria de Raul as músicas que fizeram sucesso na vóz de Jerry: "Tudo que é Bom Dura Pouco", "Tarde Demais" e "Doce, Doce Amor".





Na década de 1970, fez shows na Venezuela, Peru, Estados Unidos, México, Canadá e outros paises.





Em 1975, participou de um musical no Hotel Nacional, denominado "Brazillian Folles", dirigido por Caribe Rocha, ficando um ano e meio em cartaz.


No começo da década de 90, gravou um disco que trazia de volta as origens do Rock'n Roll, com o tema "Elvis Vive", sendo este o 24º disco de sua carreira.





Em 1994, a convite de Cecil Thiré, participou da novela 74.5 uma onda no ar, produzida pela TV Plus e exibida pela rede Manchete, exibida também em Portugal com grande sucesso.


Em 1998, gravou o CD "Forza Sempre", com músicas de Renato Russo, do Legião Urbana, seu discípulo vocal, vertidas para o italiano.




sexta-feira, 25 de maio de 2012

JOVEM GUARDA - UMA ÉPOCA - UMA CIDADE

O programa Jovem Guarda estreou no dia 22 de agosto de 1965, às 16:30 horas no teatro Record em São Paulo. Naquela época eu estava residindo na cidade de Santa Maria no coração do Rio Grande do Sul.
Chegamos na cidade em junho de 1965 e eu havia recém completado meus 8 anos de vida. Fizemos uma viagem de trem de Porto Alegre a Santa Maria. Minhas irmãs e eu viajamos num carro dormitório enquanto meu gato pardo o "Bichano" viajou no compartimento de animais e meus pais não lembro exatamente em que parte do trem viajaram.
Pelo motivo da mudança, nos desfizemos de alguns móveis, entre eles o aparelho de televisão marca "Caravelle". Televisão, mesmo que em preto e branco, ainda era novidade naquela época, poucos tinham.

Estação Ferroviária de Santa Maria
A casa em que fomos morar ficava na rua Sete de Setembro, mais para o norte de Santa Maria. O local ficava bem próximo à estação ferroviária da cidade. No dia seguinte ao da chegada fomos conhecer a cidade, lembro que quando estávamos na avenida Rio Branco, meu pai comentou que a cidade era grande.
Fizemos muitos passeios à praça Saldanha Marinho, onde quase sempre tinha uma orquestra tocando e que minha mãe chamava de "Musiquelli" que era o nome de um programa que passava na TV.

Quando o programa "Jovem Guarda" estreou, estávamos sem aparelho de televisão em casa. Havia uma vizinha que há pouco havia comprado um aparelho, então, pela janela, olhávamos o programa. Aquilo nos deixava bastante animados. Brincávamos que éramos os cantores do programa e usávamos até crachá para sermos identificados como tais.
Jerry Adriani, Wanderley Cardoso, Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderléa, eram os ídolos máximos da época. A  moda da Jovem Guarda explodiu nas ruas. Cabelos compridos, calças apertadas, botas, mini-saias. Era uma moda própria diferenciando-se de tudo aquilo que era tradicional.

Desfiles militares na avenida Rio Branco
A Ditadura Militar tomava conta do país e os desfiles cívicos de colégios e de militares eram frequentes. Eu estudava no colégio João Belém, próximo ao colégio Manoel Ribas, mais conhecido como o Maneco. Para ir até o colégio, eu tinha que passar pela Vila Belga onde ficavam as casas que foram construídas há muitos anos atrás para moradia dos ferroviários que trabalhavam na Viação Férrea do Rio Grande do Sul (VFRGS) que foi mais tarde adquirida pela Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA).
 
A avenida Rio Branco com toda a sua largura, era para mim um paraíso. Cheia de lojas e com seu canteiro central largo, tinha os ônibus das empresas Santamariense e da Salgado Filho no seu vai e vem frequente. Era nessa avenida que aconteciam os desfiles. Subindo-se a av. Rio Branco, ao longe avistava-se o edifício Taperinha. Era na vitrine da loja Tabajá que tinha um ônibus de madeira de brinquedo de mais ou menos um metro de comprimento que enchia meus olhos. Mas ficou mesmo no sonho. Mas o que não foi sonho e sim uma realidade, é a Jovem Guarda, Santa Maria e toda uma época que ficou conhecida como os anos dourados. 
Avenida Rio Branco, pça.Saldanha Marinho e ed. Taperinha
Av.Rio Branco
Vila Belga




terça-feira, 22 de maio de 2012

ELVIS PRESLEY O PAI DO ROCK

Elvis Presley menino
Elvis Presley foi um dos mais populares cantores de Rock'n Roll de todos os tempos. É considerado por muitos o pai deste ritmo musical.

Elvis Aaron Presley nasceu em 8 de janeiro de 1935, na cidade de East Tupelo (Mississipi - Estados Unidos) .

Quando era jovem, Elvis assistia cultos da Igreja Pentecostal de sua cidade. Gostava muito das canções gospel que eram cantadas na igreja. Durante a juventude, também entrou em contato com a música country e com o blues (típico da região sul dos Estados Unidos). Estes ritmos musicais marcaram a formação musical de Elvis Presley.

Ainda na adolescência aprendeu a tocar guitarra e chegou a ganhar um concurso de jovens talentos musicais em sua cidade.

Mas a música ainda não gerava renda e ele precisava, em função da situação financeira da família, trabalhar. Após concluir o ensino secundário foi trabalhar como caminhoneiro.

Em 1953, enquanto gravava algumas músicas para o aniversário da mãe, chamou a atenção de Sam Phillips, proprietário de estúdio musical e dono do selo de discos Sun Records.

Já em 1954 começava a gravar suas primeiras músicas, iniciando sua carreira profissional. Em julho de 1954, duas músicas de Elvis ("Take" e "Blue Moon of Kentucky"), que compunham seu primeiro disco single, começam a tocar nas rádios de Memphis. O sucesso foi imediato e espalhou-se por outras cidades rapidamente. Em 17 de julho, Elvis faz seu primeiro show na cidade de Memphis.

Em 1955, seu contrato musical passa para um novo selo, a RCA. Em 1956, o sucesso de Elvis passa a ser internacional e o cantor é considerado um fenômeno de sucesso e venda de discos.

No ano de 1958, Elvis foi servir o exército. Entre outubro de 1958 e março de 1960, Elvis permaneceu numa base militar dos Estados Unidos na então Alemanha Ocidental. Sua carreira musical voltou com toda força ao sair do exército. Nos anos 60, Elvis era um dos maiores ídolos da música internacional.

O estilo de Elvis era contagiante e fazia admiradores em todas as faixas etárias e classes sociais, embora fosse condenado pelos conservadores, que o consideravam um atentado aos bons costumes. Elvis dançava e requebrava com sua guitarra, num estilo empolgante e revolucionário para a época.

Além da música, Elvis também atuou no cinema fazendo grande sucesso. Seus filmes eram recheados com canções de sucesso e levavam milhões de pessoas às bilheterias de cinemas do mundo todo. Seu primeiro filme foi "Love me Tender" de 1956.

Os anos 70 não foram tão bons para o ídolo do rock, embora o sucesso continuasse a todo vapor. Enfrentou problemas pessoais, passou a aparecer poucas vezes em público, permanecendo grande parte do tempo em sua mansão. Mesmo assim, o rei do rock realizou uma grande quantidade de shows.

Elvis Presley morreu em 16 de agosto de 1977, em sua mansão no Memphis (Tennesse) de ataque cardíaco fulminante. Atribui-se seus problemas de saúde, inclusive sua morte, ao uso exagerado de barbitúricos. Sua carreira musical durou 23 anos.

Grandes Sucessos de Elvis Presley
-Love me Tender
-Always On My Mind
-Can't help Falling In Love
-Suspicious Minds
-My Way
-Jailhouse Rock
-Unchained Melody
-Bridge Over Troubled Water
-A Little Less Conversation
-It's Now or Never
-Only You
-Hound Dog
-That's All Right, Mama
-Blue Suede Shoes
-Burming Love
-Sweet Caroline
-Kiss Me Quick




sexta-feira, 18 de maio de 2012

NÃO PARECE, MAS FOI TUDO REAL

Ás vezes me parece que foi um sonho ter vivido aquele tempo. Mas

ele existiu e foi real.

Sim os anos sessenta e todas as suas lembranças, um dia foram

verdade.

Os Jet Blacks no rádio tocando Blue Star, como esquecer?

As imagens vem na memória.

O apito do trem manobrando na estação de um dia no ano de 1966

anoitecendo.

Os Beatles cantavam Eleanor Rigby acompanhados de um violino,

enquanto as crianças brincavam de esconder e tomavam Toddy.

O quépe verde de um militar que terminava seu serviço obedecendo as

ordens da ditadura.

Tempos difíceis. Tudo controlado. Vigiado. Cadê a liberdade?

Os casais namorando sob o contrôle do chá de pêra.

O afilhado pedindo a benção da madrinha

Os bailes de twist movimentando a sociedade.

Os desfiles patrióticos das escolas e do exército.

Ás vezes paro prá pensar. Será que tudo existiu mesmo?

É claro que sim. Mas é tudo tão remoto.

Quanta gente já se foi.

Quando imagino e lembro, parece que fui só um expectador.

Mas não. Eu estava lá.

E não era um mundo em preto e branco.

Era tão colorido quanto os dias de hoje pós ano dois mil.

Época maravilhosa.

Somente quem viveu neste tempo mágico, pode dizer:

Sim, os anos sessenta existiram.

E depois disso, nada mais foi parecido.

Roberto Bahy

quarta-feira, 16 de maio de 2012

RETRATOS QUE O TEMPO NÃO APAGA IV

A AVENIDA GETÚLIO VARGAS

Lá por volta de 1948, logo depois da Revolução Farroupilha, a Avenida José de Alencar, no arrabalde do Menino Deus, se chamava Rua Caxias. A Avenida Venâncio Aires era, então a Rua da Imperatriz. Eram vias recém-traçadas e abertas e careciam de uma ligação entre elas. Para isso foi concebida a Rua do Menino Deus, também chamada na época de estrada do Menino Deus, cuja largura foi fixada em cem palmos.

Acabou recebendo temporariamente o nome de Santa Teresa, por ser o caminho de acesso ao colégio de mesmo nome, fundado por Dom Pedro II e dona Teresa Cristina em 1846.

A rua era reta e plana, e o único obstáculo era um arroio sobre o qual foi construída uma ponte de madeira. Em 1873, começaram a circular por ela os bondes de tração animal.

Em 1903, depois de a ponte ter sido vítima de problemas a cada enchente,  foi construída outra, com estrutura de ferro e com 25 metros de vão.


Em 1888, como homenagem à abolição da escravatura, a via foi batizada de Rua 13 de Maio, em 1935, o nome foi mudado para Av. Getúlio Vargas. No princípio da década de 1940, o Arroio Dilúvio foi desviado e canalizado, e a ponte que existe hoje num nível um puco mais elevado, substitui a antiga que era de metal.

Década de 1890

Ano de 1918
Década de 1920

Década de 1940

Dias atuais
A igreja ao fundo em estilo moderno


Acima vemos uma sequência de fotos que mostram a evolução da avenida através do anos. Nota-se que a igreja aparece sempre ao fundo das fotos. Na década de 1890, na esquina da Rua José de Alencar com a Avenida Getúlio Vargas, em frente à igreja,  ficava o fim da linha do bonde de tração animal. Quando a linha foi eletrificada, o ponto final foi estendido até a esquina da Av. Praia de Belas indo pela José de  Alencar.




A Avenida vista a partir da igreja em direção ao centro



DUAS ÉPOCAS DA PONTE

















TRÓLEBUS - UMA HISTÓRIA À PARTE

    O sistema de transporte por trólebus na cidade de Porto Alegre, foi inaugurado em 1963, sendo adquiridos 4 trólebus do tipo Caio/Massari/FNM/Villares e 5 veículos do tipo Massari/Villares.

    A extensão do percurso atingiu apenas 10 Km de rede elétrica.

   Em cinco anos de funcionamento, houve apenas duas linhas de trólebus: Gasômetro e Menino Deus, transportando em média, respectivamente, 900 e 400 passageiros por dia, segundo dados da Companhia Carris Porto Alegrense, a mesma dos bondes.

    Sua desativação ocorreu em 1969.

   Grande parte dos equipamentos, assim como os trólebus Massari/Villares foram adquiridos e recuperados pelo sistema de Araraquara.





Quando vim com minha família de Uruguaiana, fomos morar na Av. Getúlio Vargas, próximo à esquina da Rua Botafogo. Nessa época eu tinha 3 anos de idade. Moramos por cerca de três ou quatro anos. Mas lembro de como era a  avenida com suas palmeiras no canteiro central, do trólebus passando e revezando-se com o bonde e da churrascaria Itabira. Lembro também do dia em que vi um amigo meu ser atropelado por um fusca.
Na minha opinião acho que deveriam ter mantido o nome da rua como 13 de Maio, justa homenagem à libertação dos escravos no País, e não homenagear uma pessoa que, por covardia, querendo passar-se por herói nacional, suicidou-se.




segunda-feira, 14 de maio de 2012

ROBERTO CARLOS E OS PRIMEIROS ANOS

Roberto Carlos
No início do ano de 1963, Roberto Carlos mudou-se com a família para a rua Pelotas, no bairro Lins de Vasconcelos no Rio. Logo matriculou-se em um curso de datilografia, pois tinha de arrumar um emprego para ajudar nas despesas. Mas a paixão pela música não havia desaparecido. Com apenas alguns dias de curso, Roberto estava tocando Tutti Frutti em uma das salas, quando um amigo chamou Otávio Terceiro, que também estudava datilografia, e era produtor do programa Teletur, da TV Tupi. Ele ouviu, gostou e levou Roberto Carlos para cantar a mesma música na TV.
           Seu pai não aprovou muito a sua inclinação para cantor, e somente concordou após pensar muito, com a condição de que ele não largasse os estudos. Mas a primeira experiência de Roberto com o Rock não o empolgou muito: estava "numas" de Dolores Duran, Tito Madi, etc.


Carlos Imperial
           Como sentiu não haver progresso após aquela apresentação, ele procurou Carlos Imperial, um jovem apresentador e promotor de eventos para a juventude. Tornaram-se amigos e Roberto passou a cantar no seu programa Clube do Rock, que era exibido dentro do Jacy Campos, na TV-Tupi do Rio.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

O BELO SIMCA CHAMBORD

Simca Chambord
Entre os carros que desfilavam pelos anos sessenta, sem dúvida o Simca Chambord foi um dos mais belos.
O simca Chambord foi produzido pela Simca francesa entre 1958 e 1961, desenvolvido a partir do Simca Versailles. Tal como este, imitava os automóveis estadunidenses da época.  Foi o primeiro automóvel de luxo fabricado no Brasil, a partir de 1959, tendo continuado a ser construído sob licença pela Simca do Brasil até 1967. O Chambord também marcou uma época por ser o veículo usado pelo ator Carlos Miranda, protagonista da popular série de TV "O Vigilante Rodoviário".

O Vigilante Rodoviário
Apesar de sua boa aparência o Chambord tinha o desempenho comprometido por um motor V8 fraco, o que lhe valeu o apelido jocoso de "O Belo Antônio" (bonito, mas impotente).

O Simca Présidence foi uma versão luxuosa do Simca Chambord. Tinha calotas do tipo aro de bicicleta (parecido com rodas de maserati), pneu estepe atrás do porta malas, cores exclusivas e bancos de couro. Foi lançado em 1965 com um  motor V8 Tufão de 110 hp, e no final de 1966 recebeu o motor V8 Emi-Sul de 140 hp.

Havia a versão perua (caminhonete) que era chamado de Simca Jangada, que hoje seria como uma SW.
Simca Jangada

Simca Chambord-Tufão
                                                   O simca tinha o apelido de rabo de peixe



Roberto Bahy
O PROGRAMA DE SÁBADO, 12/05/2012

    O programa deste sábado,   dia  12-05-2012,
será uma gravação,  em virtude de um compromisso que tenho. Formatura da minha filha mais nova Marcella,   que será graduada em Pedagogia pela Ulbra. Parabéns a ela.



segunda-feira, 7 de maio de 2012

RETRATOS QUE O TEMPO NÃO APAGA III

OS BONDES DE PORTO ALEGRE - ANOS 60

Quem andava pelas ruas de Porto Alegre até o ano de 1972, certamente conviveu com os bondes. Era comum usar o bonde como se usa o ônibus nos dias de hoje. Haviam linhas espalhadas pela cidade que se dirigiam para os bairros Teresópolis, Glória, Partenon, Auxiliadora, São João, Petrópolis, Azenha e outros. Uma mistura de história e poesia é a imagem que ficou. Saudades é o que restou.





Os bondes tinham quatro portas, que no início eram abertas e com o tempo foram colocadas portas tipo as dos ônibus, que fechavam. Não existiam roletas em seu interior e o cobrador passava de banco em banco para fazer seu serviço. Para avisar ao motorneiro que podia colocar o carro em movimento, o cobrador acionava uma espécie de matraca para dar o sinal. Os bancos eram de madeira e tinham o encosto reversível, que viravam de lado quando  o bonde chegava no fim da linha.

A cidade era menos perigosa e os meninos a partir dos sete anos já andavam sozinhos pela cidade, deslocando-se, é claro, de bonde.
Lembro que com nove anos eu já ía de Teresópolis ao Centro, usufruindo de um belo passeio de bonde.
Na esquina do colégio Venezuela, entre a Av. Niterói e a Travessa Viamão, havia o entroncamento entre os destinos da Glória e o de Teresópolis.  Muitas vezes passei por ali. Lembro quando ía com minha tia Delma e meus primos ver o tio Abrelino que estava internado no hospital São José do complexo da Santa Casa.

A garagem da Companhia Carris Portoalegrense, ficava na Av. João Pessoa em frente ao parque Farroupilha (mais conhecido como Parque da Redenção) próximo da esquina da rua Sarmento Leite e em sua frente era um emaranhado de trilhos.

Achei de extrema burrice do prefeito no ano de 1972, sr. Célio Marques Fernandes, retirar de circulação os bondes de Porto Alegre. Poderia ter modernizado e conservado o que hoje seria uma atração turística para nossa cidade, pois na Europa os bondes circulam de forma intensa como meio de transporte de massa. Outro dia vi num programa sobre Portugal, bondes semelhantes aos de Porto Alegre, o que me deu uma grande saudade.

Mas nem tudo está perdido. Vem aí o aeromóvel, que é uma versão moderna do bonde, com uma linha que vai da frente do aeroporto Salgado Filho até a estação Aeroporto do Trensurb.

sábado, 5 de maio de 2012

O MATA-BORRÃO

Uma das construções que deixavam a Porto Alegre da minha infância mais feliz e bonita era o mata-borrão, que ficava na Av. Borges de Medeiros com a rua Andrade Neves. Os mais Jovens nem sabem que existiu, outros esqueceram. Ele foi construído em 1958 para ser um local destinado a exposições e outros eventos, acabou sendo central telefônica enquanto era construído o prédio da CRT do outro lado da rua e, por razões que desconheço foi demolido no final dos anos 60. Em seu lugar foi construído o prédio perfeitamente comum da ex-Caixa Econômica Estadual (hoje "Tudo Fácil").
No prédio do mata-borrão, durante os dias da "Campanha da Legalidade",em 1961, funcionou a sede do Comitê de Resistência Democrática, um dos órgãos formados para defender a posse de João Goulart, o vice presidente do governo de Jânio Quadros, que renunciou ao mandato naquele ano. Servindo inclusive como local de alistamento para quem estivesse disposto a defender o movimento.

Naquele ano Jango era ameaçado de não assumir o cargo, por ser um político de centro-esquerda num momento em que o mundo vivia a chamada Guerra Fria entre o capitalismo e o comunismo.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

DUAS DUPLAS DE SUCESSO: OS VIPS E DENY E DINO

              
OS VIPS

Os irmãos Márcio e Ronald Antonucci, os Vips, eram muito divertidos e aproveitaram como poucos o sucesso que tiveram durante o período da Jovem Guarda. Aprontavam molecadas quando se apresentavam nos programas. Na Record continuaram aprontando novidades. Uma delas acabou estimulando o libido dos colegas: descobriram um furo na divisória de madeira que separava o camarim masculino do camarim feminino do pessoal do Jovem Guarda. Segundo se comentava na ocasião, o autor do "furo" foi o Jerry Adriani (com aquela cara de santo), que cobrava "pedágio" para a turma apreciar a paisagem. Mas ainda se achava que foram os Vips que fizeram o furo. Por ali, a rapaziada apreciava e transpirava vendo Wanderléa e outras divas trocar de roupa. Márcio e Ronald eram assediados pelas fãs onde quer que se apresentassem. Ronald era um pouco mais comportado, mais sério. Márcio era o galã da dupla e, portanto, o que mais namorava (inclusive fãs) . Depois ele se casou com a Lilian e tiveram uma filha. Mas a união deles não durou muito tempo.


 DENY E DINO
Deny e Dino tiveram na música "Coruja" seu primeiro e maior sucesso. Mas quase mudaram o nome da música por sugestão do Roberto Carlos. Antes dessa gravação, em fevereiro de 1966, eles já haviam apresentado a música em alguns programas de rádio e televisão. A aceitação do público foi muito boa, mas eles ainda não tinham tido a chance de se apresentar no Jovem Guarda. Através de Edy Silva, divulgadora do Roberto, marcaram um encontro no apartamento do cantor, na avenida São João, esquina com a Duque de Caxias, no centro de São Paulo. Ali, encontraram Jorge Ben, Tim Maia, Ed Carlos e o Erasmo. Deny e Dino cantaram a música e, após a apresentação, Roberto perguntou o nome dela. Quando o Deny disse que era Coruja, Roberto - já demonstrando as manias que o tornariam popular - não gostou. Sugeriu um nome mais positivo, alegre. Coruja lembrava coisa triste, azar. Com aquele nome, não faria sucesso. Só que eles gravaram com esse título e a música estourou nas paradas. Aí Roberto acabou convidando a dupla para se apresentar no Jovem Guarda.