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sexta-feira, 25 de maio de 2012

JOVEM GUARDA - UMA ÉPOCA - UMA CIDADE

O programa Jovem Guarda estreou no dia 22 de agosto de 1965, às 16:30 horas no teatro Record em São Paulo. Naquela época eu estava residindo na cidade de Santa Maria no coração do Rio Grande do Sul.
Chegamos na cidade em junho de 1965 e eu havia recém completado meus 8 anos de vida. Fizemos uma viagem de trem de Porto Alegre a Santa Maria. Minhas irmãs e eu viajamos num carro dormitório enquanto meu gato pardo o "Bichano" viajou no compartimento de animais e meus pais não lembro exatamente em que parte do trem viajaram.
Pelo motivo da mudança, nos desfizemos de alguns móveis, entre eles o aparelho de televisão marca "Caravelle". Televisão, mesmo que em preto e branco, ainda era novidade naquela época, poucos tinham.

Estação Ferroviária de Santa Maria
A casa em que fomos morar ficava na rua Sete de Setembro, mais para o norte de Santa Maria. O local ficava bem próximo à estação ferroviária da cidade. No dia seguinte ao da chegada fomos conhecer a cidade, lembro que quando estávamos na avenida Rio Branco, meu pai comentou que a cidade era grande.
Fizemos muitos passeios à praça Saldanha Marinho, onde quase sempre tinha uma orquestra tocando e que minha mãe chamava de "Musiquelli" que era o nome de um programa que passava na TV.

Quando o programa "Jovem Guarda" estreou, estávamos sem aparelho de televisão em casa. Havia uma vizinha que há pouco havia comprado um aparelho, então, pela janela, olhávamos o programa. Aquilo nos deixava bastante animados. Brincávamos que éramos os cantores do programa e usávamos até crachá para sermos identificados como tais.
Jerry Adriani, Wanderley Cardoso, Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderléa, eram os ídolos máximos da época. A  moda da Jovem Guarda explodiu nas ruas. Cabelos compridos, calças apertadas, botas, mini-saias. Era uma moda própria diferenciando-se de tudo aquilo que era tradicional.

Desfiles militares na avenida Rio Branco
A Ditadura Militar tomava conta do país e os desfiles cívicos de colégios e de militares eram frequentes. Eu estudava no colégio João Belém, próximo ao colégio Manoel Ribas, mais conhecido como o Maneco. Para ir até o colégio, eu tinha que passar pela Vila Belga onde ficavam as casas que foram construídas há muitos anos atrás para moradia dos ferroviários que trabalhavam na Viação Férrea do Rio Grande do Sul (VFRGS) que foi mais tarde adquirida pela Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA).
 
A avenida Rio Branco com toda a sua largura, era para mim um paraíso. Cheia de lojas e com seu canteiro central largo, tinha os ônibus das empresas Santamariense e da Salgado Filho no seu vai e vem frequente. Era nessa avenida que aconteciam os desfiles. Subindo-se a av. Rio Branco, ao longe avistava-se o edifício Taperinha. Era na vitrine da loja Tabajá que tinha um ônibus de madeira de brinquedo de mais ou menos um metro de comprimento que enchia meus olhos. Mas ficou mesmo no sonho. Mas o que não foi sonho e sim uma realidade, é a Jovem Guarda, Santa Maria e toda uma época que ficou conhecida como os anos dourados. 
Avenida Rio Branco, pça.Saldanha Marinho e ed. Taperinha
Av.Rio Branco
Vila Belga




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