Durante muitos anos a máquina de escrever foi peça de grande importância principalmente em escritórios de empresas. Era normal cada mesa ter a sua máquina de escrever.
No ano de 1976 quando fui trabalhar em uma grande empresa que localizava-se na rua dos Andradas (mais chamada de rua da Praia) em Porto Alegre, observei que cada mesa de funcionário tinha uma máquina de escrever. O teste de datilografia era pré-requisito para ingressar na empresa. Fiz o teste em uma segunda feira e na primeira vez não passei. Falaram para eu voltar na semana seguinte. Como tinha máquina de escrever em casa (uma Olivetti com maleta), passei a semana inteira treinando com a máquina até a exaustão. Na semana seguinte fui fazer o teste novamente e passei, ficando assim apto para o teste de escolaridade e conhecimentos gerais.
Hoje são raras as máquinas de escrever tanto em empresas como em casas. Com a chegada do computador e suas facilidades, a máquina de escrever se tornou obsoleta. Há os que nutrem uma paixão pela relíquia e até existem pessoas que fazem a manutenção semestral.
Mas a máquina de escrever também tem a sua história.
HISTÓRIA DA MÁQUINA
DE ESCREVER
Henry Mill era um compenetrado senhor inglês, que passou parte de sua vida na
tentativa de encontrar um novo sistema de escrita mais veloz e muito mais claro
que aquele feito a mão. Em 1714, conseguiu obter patente para um engenho
mecânico, que permitia imprimir a escrita sobre uma folha de papel, por meio de
alavancas. A história da mecânica para descrever pode, por assim dizer, tomar
aquela data como ponto de partida, mas se passou quase um século antes que o
sonho de Henry Mill tomasse forma concreta. Diga-se, também, que as primeiras
máquinas eram um tanto embaraçantes, complicadas e barulhentas, pois não foram
fabricadas pensando-se que devessem servir para tornar a escrita mais clara e
legível, mas para servir de auxílio aos cegos, os quais sentados diante desta
espécie de piano, podiam levantando alavancas dotadas de caracteres
tipográficos, formar no papel, um pensamento.
Foi somente cerca de 1810 que se começou a conceber a idéia de que tal
máquina poderia ser, também, utilmente usada pelas pessoas que vêem. Na América
e na França, a iniciativa teve êxito. William Austin Burth obteve patente para
um modelo que se chamou Typograph.
Alguns anos depois, o francês Progrin inventava um tipo de máquina em que, em
lugar das alavancas com os caracteres tipográficos, martelinhos batiam, através
de uma fita copiativa, sobre um cilindro central.
Um advogado de Novara, Giuseppe Ravizza, fabricou uma máquina de escrever em
que o teclado permanecia fixo, enquanto, um carrinho movimentava-se com a folha
de papel. A esse aparelho se chamou "címbalo escrivão".
Mas devemos citar também o nosso patrício, Padre Francisco João Azevedo, da
Paraíba, que, em 1861, apresentou, na Exposição das Províncias do Norte, no Rio
de Janeiro, o seu Mecanógrafo, recebendo do Imperador D. Pedro II uma
medalha de ouro. Ao mesmo tempo, na América, o rico armeiro Remington, construiu
uma máquina de escrever segundo o modelo idealizado por um tipográfico genial,
Sholes.
Desde essa época, a máquina progrediu muito e difundiu-se. Mas os tipos eram
ainda miúdos e a escrita invisível, porque os martelinhos batiam na parte
inferior do cilindro, ao passo que o invento de Ravizza, modelo 16, apresentava
escrita visível. Daí por diante, as mais importantes nações da Europa e
da América instalaram fábricas para a produção de máquinas de escrever em vasta
escala, com a mesma disposição dos tipos no teclado (teclado universal).
Chegou-se, assim, ao começo do século XX e, até hoje, já foram criados
muitíssimos modelos de máquina com aperfeiçoamentos sempre melhores, no intuito
de tornar a máquina de escrever sempre mais veloz, prática, manuseável,
silenciosa, elegante e ao alcance de todos. Outras máquinas de escrever, de
tipos moderníssimos, são as empregadas para contabilidade e para cálculos:
máquina estenográfica; a telescrevente; a criptográfica (que traduz mensagens
cifradas).
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