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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

BALANÇA MAS NÃO CAI - DEIXOU SAUDADES


  1. Um dos maiores sucessos da Rádio Nacional na década de 1950, Balança Mas Não Cai chegou à TV Globo em 1968, dirigido por Lúcio Mauro e apresentado por Augusto César Vannucci. Em um mês, o programa criado pela dupla Max Nunes e Haroldo Barbosa já era líder de audiência, e os bordões de personagens como Ofélia (Sônia Mamede) – “Eu só abro a boca quando tenho certeza!” – eram repetidos em todas as rodas de conversa. 
  2. - O formato era semelhante ao consagrado no rádio e se baseava nos moradores de um decadente edifício-cortiço, como os muitos erguidos devido à crise habitacional que o Rio de Janeiro, na época capital federal, atravessava no início dos anos 1950. 
  3. - Entre os vários quadros que marcaram época no Balança Mas Não Cai está o que apresentava a Porforilda Ofélia (Sônia Mamede), uma mulher muito ignorante e sem nenhuma consciência disso, e seu marido Fernandinho (Lúcio Mauro), um homem rico, sofisticado e apaixonado pela esposa, mas que vivia envergonhado com suas gafes, como quando sua mulher dizia a um convidado ilustre que no jantar seriam servidos pratos como “estraga-o-nove”, “homelétrico de queijo” e “pancuecas”. 
  4. - Entre 1968 e 1971, o Balança Mas Não Cai era gravado ao vivo. Para garantir a velocidade no revezamento dos quadros, quatro cenários diferentes foram construídos sobre uma estrutura giratória. Enquanto uma cena era apresentada, três eram preparadas nos bastidores. O apresentador Augusto César Vannucci fazia a passagem entre uma cena e outra entretendo a plateia com um breve resumo sobre o personagem seguinte – “Enquanto isso, lá no 702, aquele parente muito pobre vai visitar aquele parente muito rico” –, e uma orquestra acompanhava os esquetes ao vivo. Cada programa começava com um número de balé com a participação de todo o elenco. 
  5.  Max Nunes afirmou que usou como fonte de inspiração as chamadas “cabeças de porco”, moradias ocupadas por famílias numerosas onde todo mundo se espremia para viver no Rio de Janeiro da década de 50, após a Segunda Guerra Mundial. Com o sucesso do programa, Balança Mas Não Cai virou o apelido de um edifício – igualmente superpopuloso – na esquina da Rua Santana com a Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio. 

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