Sempre ativa nos movimentos políticos e sociais do Brasil, defendendo reformas de base educacionais e o direito a um ensino mais inclusivo, a União Nacional dos Estudantes (UNE) representou o ideal da manifestação estudantil. No período da Ditadura Militar, essa instituição ganharia maior destaque por defender uma posição contrária à repressão dos militares.
No dia 1 de abril de 1964, com o Golpe Militar, os repressores invadem a sede da UNE na praia do Flamengo (Rio de Janeiro) e queimam boa parte dos arquivos e documentos históricos da instituição, que tinha como presidente José Serra. Os militares colocam a UNE na clandestinidade por meio da Lei Suplicy de Lacerda. A partir deste momento, toda representação estudantil era centralizada no Ministério da Educação (MEC).
A partir de 1966, a UNE age na ilegalidade em atos isolados, a maioria deles reprimidos pelo Estado. Em março de 1968, um protesto contra o aumento das refeições no restaurante Calabouço, no Rio de Janeiro, provocou o assassinato do estudante Edson Luís de Lima Souto pelos militares.
Além de defenderem o fim da repressão, os estudantes eram a favor de um ensino público mais inclusivo e contra a privatização das universidades.
No dia 26 de junho de 1968, a maioria dos estudantes estava presente na Passeata dos 100.000, um dos mais importantes eventos contra o fim da Ditadura. Em setembro, uma reunião da UNE no sítio de Ibiúna, no interior de São Paulo, foi invadida pelos militares, suscitando em um violento combate, no qual mais de 700 estudantes foram presos, entre eles os líderes José Dirceu, Franklin Martins e Vladimir Palmeira.
No dia 13 de dezembro daquele ano o presidente Arthur Costa e Silva proibiu as reivindicações e o direito ao habeas corpus com a aprovação do AI-5.
Em 1979, com a abertura “lenta e gradual” iniciada pelo governo de Ernesto Geisel, a UNE se reorganiza com as Uniões Estaduais Estudantis (UEE’s) no Congresso de Salvador. Mesmo com a aprovação da Lei da Anistia pelo governo de João Baptista Figueiredo, os estudantes continuaram a organizar passeatas, reivindicando o direito ao voto popular.
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