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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

RETRATOS QUE O TEMPO NÃO APAGA

Era muito bom quando se sentia aquele calorão de não aguentar mais e se corria para a cozinha, se abria a "frigidaire" (que aportuguesado ou abrasileirado era "frigidér") e - tan, tan, tan, tan - lá dentro tinha uma jarra de "Q-suco" . Aquele refresco do pacotinho que tinha gosto de festa e dava 10 copos de prazer.
Se fazia até festa de aniversário de boneca (de brinquedo) com Q-suco e pão com manteiga, pois a música da propaganda dizia: "Q-suco tem gosto de festa, dá mais vontade de brincar". Mas isso era coisa das meninas.  Bem, o certo era que este refresco maravilhoso tinha os sabores de uva, laranja, morango, pêssego, abacaxi, acho que limão também. Me desculpe alguma fruta se a esqueci, mas depois surgiu o sabor morango/laranja. Tinha até musiquinha: "Q-suco agora tem novo sabo-or, morango-laranja bem juntos". Surgiram até imitações, mas Q-suco é inesquecível.

Mas os anos 60 não foi só Q-suco. Quando se sentia uma daquelas dores de cabeça, o indicado era tomar um "Fontol", uma "Cibalena"ou um "Melhoral" que resolvia. Dor de estômago então, nada melhor que um "Sonrisal" ou um "Alka-Seltzer". Quando se ia ao centro, o melhor era "pegar um bonde". Aquilo se ia trilho afora. O barulho era parecido com o trensurb. Era elétrico. Volta e meia o pantógrafo se soltava dos fios e fazia faísca. O fim da linha era lá na Riachuelo, perto da esquina com a Borges. Tinha as linhas: Teresópolis, Glória, Partenon, Azenha na Zona Sul e também as da zona norte, que não era o meu chão. Quando morei no bairro Menino Deus na Av. Getúlio Vargas, tinha o trólebus, um ônibus elétrico que não seguia trilho mas não podia se afastar dos fios. Passear de carro então, não tinha preço, tinha Simca, Aero Willis, Gordini , Dauphine, DKW e claro, ele não podia ser esquecido o "Fuca" (bem portoalegrês) que outros conhecem como fusca. As mulheres usavam corpinho (hoje conhecido como sutiã) e slack, que depois alargou a boca e virou pantalona (já na época dos hippies). Os homens usavam camisas volta ao mundo e calça de tergal (aquela que senta-levanta, senta-levanta e nunca amarrota). No frio do inverno nada melhor que um cobertor paraíba comprado nas "Casas Pernambucanas". Tinha até propaganda em preto e branco na TV, cuja música dizia: "Tá na hora de dormir. Não espere mamãe mandar. Um bom sono prá você e um alegre despertar".
São coisas que se perderam no tempo, mas não na memória. São lembranças agradáveis que marcaram sua época e valem a pena ser lembrados. 

Um comentário:

  1. Caro Roberto Bahy,

    Inicialmente receba nossos sinceros cumprimentos pelo centésimo JOVEM GUARDA – RECORDAR É VIVER. Preparamos para participar “ao vivo” por telefone, mas tivemos que ir a Natal (a 30 km de Ceará-Mirim) no início da tarde e no retorno um engarrafamento nos prendeu no trânsito, quando chegamos já havia passado o horário do programa. (Temos uma hora de diferença – horário de verão). Mas neste domingo registraremos em nosso JOVEM GUARDA ESPECIAL.
    Votos de muito sucesso.
    Abraço potiguar dos amigos
    Edvaldo Morais e Eliel Silva
    Rádio Vale Verde FM – 87,9
    Ceará-Mirim RN

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