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sábado, 30 de junho de 2012

MARTIN LUTHER KING SIMBOLO DA LUTA CONTRA A DISCRIMINAÇÃO RACIAL


                                                  "Eu tenho um sonho. O sonho de ver meus filhos julgados pelo caráter, e não pela cor da pele." Este é um trecho do famoso discurso de Martin Luther King em Washington, capital dos Estados Unidos, proferido no dia de 28 de agosto de 1963, numa manifestação que reuniu milhares de pessoas pelo fim do preconceito e da discriminação racial.

Martin Luther King Jr. era filho e neto de pastores protestantes batistas. Fez seus primeiros estudos em escolas públicas segregadas e graduou-se no prestigioso Morehouse College, em 1948.

Formou-se em teologia pelo Seminário Teológico Crozer e, em 1955, concluiu o doutorado em filosofia pela Universidade de Boston. Lá conheceu sua futura esposa, Coretta Scott, com quem teve quatro filhos.

Em 1954 Martin Luther King iniciou suas atividades como pastor em Montgomery, capital do estado do Alabama. Envolvendo-se no incidente em que Rosa Parks se recusou a ceder seu lugar para um branco num ônibus, King liderou um forte boicote contra a segregação racial. O movimento durou quase um ano, King chegou a ser preso, mas ao final a Suprema Corte decidiu pelo fim da segregação racial nos transportes públicos.

Em 1957 tornou-se presidente da Conferência da Liderança Cristã do Sul, intensificando sua atuação como defensor dos direitos civis por vias pacíficas, tendo como referência o líder indiano Mahatma Gandhi.

Em 1959, King voltou para Atlanta para se tornar vice-pastor na igreja de seu pai. Nos anos seguintes participou de inúmeros protestos, marchas e passeatas, sempre lutando pelas liberdades civis dos negros.

Os eventos mais importantes aconteceram nas cidades de Birmingham, no Alabama, St. Augustine, na Flórida, e Selma, também no Alabama. Luther King foi preso e torturado diversas vezes, e sua casa chegou a ser atacada por bombas.

Em 1963 Martin Luther King conseguiu que mais de 200.000 pessoas marchassem pelo fim da segregação racial em Washington. Nesta ocasião proferiu seu discurso mais conhecido, "Eu Tenho um Sonho". Dessas manifestações nasceram a lei dos Direitos Civis, de 1964, e a lei dos Direitos de Voto, de 1965.

Em 1964, Martin Luther King recebeu o Prêmio Nobel da Paz. No início de 1967, King uniu-se aos movimentos contra a Guerra do Vietnã. Em abril de 1968, foi assassinado a tiros por um opositor, num hotel na cidade de Memphis, onde estava em apoio a uma greve de coletores de lixo.



EDIÇÃO EXTRA
VEJA, Abril de 1968
Martin Luther King, líder da causa dos direitos civis nos
Estados Unidos, é morto com um tiro de rifle num hotel de Memphis.
A polícia caça um suspeito. O país entra em ebulição
Na cena do crime: King (o terceiro da esq. para a dir.) na sacada do Lorraine; um dia depois, ele morreria naquele exato local

sexta-feira, 29 de junho de 2012

DEMÉTRIUS NO RITMO DA CHUVA

Demetrius nasceu em 28/03/1942, em Jacarepaguá, cidade do Rio de Janeiro. Seus pais mudaram-se para São Paulo quando Demetrius tinha apenas 6 meses de vida.
Estudou no Colégio Ateneu Paulista de Campinas como aluno interno; no Colégio 7 de Setembro, no Colégio Paulistano, no Colégio Paes Leme e no Colégio Alfredo Pucca. Estes todos em São Paulo, Capital. Sua primeira professora chamava-se Fidalga, e foi ela quem lhe deu os primeiros ensinamentos e de quem ele lembra com muito carinho e saudade. Cursou até o 2º ano colegial, quando iniciou sua carreira artística, interrompendo aí os estudos.
Seus ídolos na adolescência e juventude foram Elvis Presley, Cauby Peixoto, Ângela Maria e Tito Madi.
Em 1960, quando cantava em uma festa de aniversário, músicas de Elvis para seus amigos, foi convidado por Miguel Vaccaro Neto, disc jockey da Rádio Pan-americana de São Paulo (hoje Jovem Pan) e diretor da gravadora Young, para gravar um disco. A música, de autoria de Hamilton Di Giorgio, intitulada Hold Me So Tight, logo apareceu como bem executada nas emissoras de rádio de São Paulo.
No ano seguinte, 1961, indicado por Genival Melo a Nazareno de Brito, diretor artístico da Gravadora Continental e grande compositor, assinou contrato e gravou a versão que fez para o português da música Corinna Corinna, que logo transformou-se num dos maiores sucessos daquele ano entre os jovens de todo o Brasil.
As apresentações em televisão, entrevistas em rádio e revistas e inúmeros shows que fazia, rapidamente transformaram Demetrius num dos maiores ídolos da juventude do país.
Logo sucederam-se mais gravações de long plays e compactos, que rapidamente eram transformados em grandes sucessos. Assim ocorreu com Rock Do Saci (de Tony Chaves e Baby Santiago), O Amor Que Perdi (versão de Fred Jorge para a música Runaway), Chega, versão que fez para Making Love e O Ritmo da Chuva, também versão sua, que consagrou-o em todo o país como letrista e intérprete. Esta gravação, feita em 1964, nunca deixou de ser vendida e executada nas emissoras de todo o país, até os dias atuais, há 42 anos!

Quando surgiu o movimento Jovem Guarda, Demetrius gravou seu novo sucesso, de autoria de seu colega e amigo Roberto Carlos, a música Não Presto Mas Te Amo, que alcançou as paradas de sucesso do Brasil inteiro.
Casado e pai de três filhos, Demetrius começou,com o passar do tempo, a dar mais atenção à sua carreira de compositor. Suas canções passaram a ser cantadas também nas vozes de seus colegas brasileiros e de outros países.
Na fase dos festivais, esteve presente a vários deles com suas músicas.
Em 1967, compôs Minha Gente para o III Festival da Música Popular Brasileira (TV Record); em 1968, Joana Maria, O Sertão (TV Excelcior); em 1970, Oferta (TV Globo), etc.
Vez por outra, gravava um disco e fazia sucesso:
1968 - Esta Tarde Vi Chover
1970 - Ei, Meu Pai
1972 - Nas Voltas do Mundo
1976 - Encontro
1978 - O Menino e o Pião
Em 1981, afastou-se da carreira artística para dedicar-se a outros afazeres,o que durou até o ano 2000.
Seu passatempo preferido desde a infância (e até os dias de hoje) é a pescaria, onde pode, diante da natureza, inspirar-se e passar seus melhores momentos.
O incentivo contínuo de seus amigos e familiares, somado ao carinho com que é cercado por seus fãs, fazem com que agora, após mais de 20 anos de afastamento, Demetrius retorne ao disco e às atividades artísticas. Deixou seu barco de lado, e gravou em São Paulo, no ano 2000, na Gravadora Zan-Brasidisc, um CD, que é uma coletânea de alguns dos seus maiores sucessos, além de algumas canções inéditas.
Demetrius está empolgado com seu novo trabalho, principalmente pelo fato de poder mostrar aos mais jovens o que vem fazendo no decorrer de toda a sua carreira artística.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

GORDINI E O LEITE GLÓRIA

Gordini foi um carro lançado pela francesa Renault em 1958 na Europa e, mediante licenciamento, pela Willys Overland em 1962 no Brasil. Também foi uma empresa pertencente a Renault.
Era o sucessor do Dauphine, com uma mecânica mais refinada. Tinha os mesmos 845 cc de capacidade cúbica, mas desenvolvia 40 cv e possuía um câmbio de quatro marchas que lhe dava um desempenho bem superior ao modelo original, com apenas 31 cavalos e câmbio de três marchas. O aumento de potência no motor Ventoux foi obra de Amédée Gordini, piloto e respeitado construtor de motores e carros de competição nos anos 50 e 60.
O Gordini tem menos de 4 metros de comprimento e 1,44 metro de altura. Mesmo com quatro portas, a impressão é de que quatro adultos não cabem lá dentro. A carroceria é monobloco e a suspensão, independente nas quatro rodas.
O motor, traseiro, é pequeno e sobra muito espaço sob o capô. Pequeno mas cumpridor. Sua performance foi elogiada pela imprensa especializada já nas primeiras provas. A revista Quatro Rodas, no teste de lançamento, fez com o Gordini de 0 a 100 km/h em 28,7 segundos e chegou aos 125 km/h de máxima. No trânsito da cidade, seu consumo foi de 8,3 km/l. Estava fadado ao sucesso, afirmava a revista.
Mas a boa crítica não o livrou de um incômodo apelido tascado pelo povo, emprestado de uma campanha publicitária de leite em pó: "Leite Glória...", rapidamente seguido de um "desmancha sem bater." Credita-se essa maledicência a uma crônica dificuldade de relacionamento da suspensão com nossas ruas e sua tendência de transformar a água do radiador em vapor.
Participou de um teste de resistência em outubro de 1964 para melhorar a fama do modelo no Brasil.

SURGE O GORDINI

Em julho de 1962 o Brasil vive o tumultuado governo de João Goulart, após a abrupta renúncia de Jânio Quadros e a interinidade de Ranieri Mazzilli. São tempos de agitação.
A UNE (União Nacional dos Estudantes) paralisa 40 universidades. A Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria convoca uma greve geral e conquista o direito do 13º salário para empregados urbanos. Por outro lado, há um clima de euforia no ar.
No mês anterior, a seleção conquistou o bicampeonato mundial, no Chile, sem Pelé mas com Garrincha e Amarildo. No cinema, em maio, “O Pagador de Promessas”, de Anselmo Duarte, levou a Palma de Ouro do Festival de Cannes. Nas vitrolas, impera a bossa nova, mas um certo Roberto Carlos começa a fazer barulho. Na moda, entre ternos de tergal e minissais, um lançamento bombástico: em junho começaram a ser vendidas as sandálias Havaianas.
Foi nesse cenário que surgiu o Gordini nacional, substituindo o Dauphine. Em sua edição de julho de 1962, a revista “Mecânica Popular” relata: “Um nôvo carro de tamanho pequeno, econômico e bastante robusto, bonito e resistente, equipado com motor possante, bons freios e caixa de mudanças de 4 marchas à frente, surgiu no mercado há poucos dias. Trata-se do Gordini, produzido pela Willys-Overland do Brasil em suas instalações industriais de São Bernardo do Campo, São Paulo”.
“É o Gordini uma versão mais possante da linha Dauphine, tendo como principais inovações o motor de 40 cavalos, 4 marchas à frente e uma à ré (2a, 3a e 4a sincronizadas e 1a semi-sincronizada) e acabamento mais aprimorado. Possui, ainda, lataria mais resistente, reforços em vários setores da carroceria, porta-malas atapetado, proteção de aço inoxidável em lugares mais expostos (estribos, batentes, etc) e está sendo fabricado pela Willys nas mesmas côres do Aero-Willys: azul-jamaica, cinza-pérola e bordeaux”.

terça-feira, 26 de junho de 2012

NELSON MANDELA, PALADINO DA LIBERDADE


Nelson Rolihlahla Mandela foi um líder rebelde e, posteriormente, presidente da África do Sul de 1994 a 1999. Principal representante do movimento anti-apartheid, considerado pelo povo um guerreiro em luta pela liberdade, era tido pelo governo sul-africano como um terrorista e passou quase três décadas na cadeia.

De etnia Xhosa, Mandela nasceu no pequeno vilarejo de Qunu, distrito de Umtata, na região do Transkei. Aos sete anos, Mandela tornou-se o primeiro membro da família a frequentar a escola, onde lhe foi dado o nome inglês "Nelson". Seu pai morreu logo depois, e Nelson seguiu para uma escola próxima ao palácio do Regente. Seguindo as tradições Xhosa, ele foi iniciado na sociedade aos 16 anos, seguindo para o Instituto Clarkebury, onde estudou cultura ocidental.

Em 1934, Mandela mudou-se para Fort Beaufort, cidade com escolas que recebiam a maior parte da realeza Thembu, e ali tomou interesse no boxe e nas corridas. Após se matricular, ele começou o curso para se tornar bacharel em direito na Universidade de Fort Hare, onde conheceu Oliver Tambo e iniciou uma longa amizade.

Ao final do primeiro ano, Mandela se envolveu com o movimento estudantil, num boicote contra as políticas universitárias, sendo expulso da universidade. Dali foi para Johanesburgo, onde terminou sua graduação na Universidade da África do Sul (UNISA) por correspondência. Continuou seus estudos de direito na Universidade de Witwatersrand.

Como jovem estudante do direito, Mandela se envolveu na oposição ao regime do apartheid, que negava aos negros (maioria da população), mestiços e indianos (uma expressiva colônia de imigrantes) direitos políticos, sociais e econômicos. Uniu-se ao Congresso Nacional Africano em 1942, e dois anos depois fundou com Walter Sisulu e Oliver Tambo, entre outros, a Liga Jovem do CNA.

Depois da eleição de 1948 dar a vitória aos afrikaners (Partido Nacional), que apoiavam a política de segregação racial, Mandela tornou-se mais ativo no CNA, tomando parte do Congresso do Povo (1955) que divulgou a Carta da Liberdade - documento contendo um programa fundamental para a causa anti-apartheid.

Comprometido de início apenas com atos não-violentos, Mandela e seus colegas aceitaram recorrer às armas após o massacre de Sharpeville, em março de 1960, quando a polícia sul-africana atirou em manifestantes negros, matando 69 pessoas e ferindo 180.

Em 1961, ele se tornou comandante do braço armado do CNA, o chamado Umkhonto we Sizwe ("Lança da Nação", ou MK), fundado por ele e outros. Mandela coordenou uma campanha de sabotagem contra alvos militares e do governo e viajou para a Argélia para treinamento paramilitar.

Em agosto de 1962 Nelson Mandela foi preso após informes da CIA à polícia sul-africana, sendo sentenciado a cinco anos de prisão por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves. Em 1964 foi condenado a prisão perpétua por sabotagem (o que Mandela admitiu) e por conspirar para ajudar outros países a invadir a África do Sul (o que Mandela nega).

No decorrer dos 27 anos que ficou preso, Mandela se tornou de tal modo associado à oposição ao apartheid que o clamor "Libertem Nelson Mandela" se tornou o lema das campanhas anti-apartheid em vários países.

Durante os anos 1970, ele recusou uma revisão da pena e, em 1985, não aceitou a liberdade condicional em troca de não incentivar a luta armada. Mandela continuou na prisão até fevereiro de 1990, quando a campanha do CNA e a pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado em 11 de fevereiro, aos 72 anos, por ordem do presidente Frederik Willem de Klerk.

Nelson Mandela e Frederik de Klerk dividiram o Prêmio Nobel da paz em 1993.

Como presidente do CNA (de julho de 1991 a dezembro de 1997) e primeiro presidente negro da África do Sul (de maio de 1994 a junho de 1999), Mandela comandou a transição do regime de minoria no comando, o apartheid, ganhando respeito internacional por sua luta em prol da reconciliação interna e externa.

Ele se casou três vezes. A primeira esposa de Mandela foi Evelyn Ntoko Mase, da qual se divorciou em 1957 após 13 anos de casamento. Depois casou-se com Winie Madikizela, e com ela ficou 38 anos, divorciando-se em 1996, com as divergências políticas entre o casal vindo a público. No seu 80º aniversário, Mandela casou-se com Graça Machel, viúva de Samora Machel, antigo presidente moçambicano.

Após o fim do mandato de presidente, em 1999, Mandela voltou-se para a causa de diversas organizações sociais e de direitos humanos. Ele recebeu muitas distinções no exterior, incluindo a Ordem de St. John, da rainha Elizabeth 2ª., a medalha presidencial da Liberdade, de George W. Bush, o Bharat Ratna (a distinção mais alta da Índia) e a Ordem do Canadá.

Em 2003, Mandela fez alguns pronunciamentos atacando a política externa do presidente norte-americano Bush. Ao mesmo tempo, ele anunciou seu apoio à campanha de arrecadação de fundos contra a AIDS chamada "46664" - seu número na época em que esteve na prisão.

Em junho de 2004, aos 85 anos, Mandela anunciou que se retiraria da vida pública. Fez uma exceção, no entanto, por seu compromisso em lutar contra a AIDS.

A comemoração de seu aniversário de 90 anos foi um ato público com shows, que ocorreu em Londres, em julho de 2008, e contou com a presença de artistas e celebridades engajadas nessa luta.

Mandela Jovem

Mandela antes da prisão



Mandela ao receber o Premio Nobel da Paz


Mandela Presidente em 1998

segunda-feira, 25 de junho de 2012

OS VIPS

Os Vips foi uma dupla vocal brasileira formada por Ronaldo Luís Antonucci e Márcio Augusto Antonucci.
No início da carreira cantavam sozinhos, sob os nomes Ronald Red e Jett Williams, mas no programa de TV Festival dos Bairros, em 1964, resolveram cantar em duo. Palmeira e Alfredo Corletto, produtores da gravadora Continental, assistiam ao programa, e os contrataram.
A primeira gravação da dupla em 1964 foi “Tonight”, composição dos próprios com letra em inglês, incluída no LP da Record “Reino da Juventude”, reunindo artistas participantes do programa homónimo apresentado por Antônio Aguilar. O nome da dupla foi escolhido por causa do filme The Vips (1963), com Richard Burton e Elizabeth Taylor, traduzido como Alta Sociedade.
A dupla teve vários sucessos, na grande maioria composições de Roberto Carlos, “A volta” (1966), “Emoção” (1965), “Faça alguma coisa pelo nosso amor” e, com a mudança para a CBS em 1968, com as músicas também de Roberto: “É preciso saber viver” (1968) e “Largo tudo e venho te buscar”.
Gravaram uma série de versões dos Beatles, como Menina Linda (I Should Have Known Better), Coisas Que Acontecem (Things We Said Today), Obrigado Garota (Thank You Girl), Michelle e Submarino Amarelo.
Em 1968 o programa Jovem Guarda foi cancelado pela TV Record. Márcio acabou por se mudar para o Rio de Janeiro para trabalhar na Som Livre, enquanto Ronald permaneceu em Santana para montar negócios com o dinheiro ganho pela dupla. Em 1968 o seu primeiro empreendimento foi o Vip’s Burguer em Santana, com uma rede de lojas.
Em 1970, voltaram à Continental e, sob o nome artístico Márcio e Ronaldo, gravaram sucessos como “Só Até Sábado” (de Lilían Knapp). Em 1976, a dupla separou-se e Márcio tornou-se produtor da gravadora Som Livre.
Reunidos em 1990, gravaram um LP ao vivo pela Som Livre (“A volta”, lançado em Janeiro de 1991 e que vendeu 300 mil cópias). Em 1995, foi lançado um CD quíntuplo com 29 artistas, onde estavam incluídos os Vips, para comemorar os 30 anos do movimento, e vendeu 3 milhões de cópias.

sábado, 23 de junho de 2012

BILL HALEY AND HIS COMETS

Bill Haley And His Comets foi seguramente a primeira banda de rock and roll da história, que teve início nos anos 1950 e que continuou até a morte de Haley em 1981. Esta banda, também conhecida pelos nomes Bill Haley and The Comets e Bill Haley's Comets, foi um dos primeiros grupos de músicos brancos a levar o rock às grandes plateias norte-americanas e a todo o mundo. O seu líder, Bill Haley, era um músico de country. Depois de gravar uma versão country de "Rocket 88", uma cancão de R/B considerada o primeiro Rock and Roll gravado, ele mudou o seu estilo para um novo som chamado rockabilly.
Embora diversos integrantes dos Comets tenham ficado famosos, foi Bill Haley quem permaneceu como o astro. Com a sua postura enérgica e electrizante no palco, muitos fãs consideraram o grupo tão revolucionário para sua época quanto foram os Beatles ou os Rolling Stones para as suas.
Mais de 100 músicos tocaram com Bill Haley and His Comets entre 1952 e 1981, muitos tornando-se favoritos dos fãs. Várias tentativas de reunir a banda têm sido feita desde os anos 80.
Os Comets originais, que tocaram com Haley entre 1954 e 1955, iniciaram uma turnê mundial em 2005, tocando em casas de concerto nos Estados Unidos e na Europa. Dois outros grupos também clamam a posse do nome Bill Haley's Comets, e também se apresentam nos Estados Unidos. Um trazendo o baterista (de 1965 a 1968) John "Bam-Bam" Lane e o outro o baixista (de 1959 a 1969) Al Rappa.

Em Março e Julho de 2005 os integrantes do grupo de 1954-55, agora chamados simplesmente de The Comets, fizeram várias aparições em Nova Iorque e em Los Angeles como parte das comemorações dos 50 anos do rock and roll e dos 80 anos de Bill Haley. Durante um concerto em 6 de Julho a filha mais nova de Bill, Gina Haley, cantou com a banda. Uma aparição similar fora feita em Março pelo filho mais velho de Bill, John W. Haley.
The Comets pretendem gravar um novo CD de versões, particularmente de canções dos The Who, The Beatles, Bob Dylan e dos seus antigos sucessos.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

RETRATOS QUE O TEMPO NÃO APAGA V


Avenida Borges de Medeiros


No final do século XIX, com o nome de General Paranhos, a Av. Borges de Medeiros em Porto Alegre, era um estreito beco que subia da Andrade Neves até a Rua Duque de Caxias e descia em outra fortíssima ladeira até a rua Coronel Genuíno.Por muitos anos, a General Paranhos conviveu com três apelidos populares: Travessa do Poço, entre a Duque e a Riachuelo, Beco do Freitas, entre a Riachuelo e a Andrade Neves e Beco do Meireles, da Duque para o sul.
Para resolver o problema da topografia, que transformara a via em foco de crime e prostituição, houve muitos planos de urbanização e melhorias, prevendo o seu alargamento. No governo de Otávio Rocha que a Borges de Medeiros foi pensada como obra de viação:
(...) "As rampas de acesso à Rua Duque de Caxias, que atualmente têm 9% e 12%, ficarão reduzidas, respectivamente, a 1% e 5%, para o que se vai fazer o rebaixo de 13 metros no ponto culminante. Ai será construído um viaduto de cimento armado, em arco abatido, por onde se fará a passagem da Rua Duque de Caxias (...) É uma obra de viação de grande relevo, porque vai encurtar o trajeto para todas as linhas de comunicação dos arrebaldes Menino Deus, Glória, Teresópolis e Partenon".
Em 1932 foi inaugurado o Viaduto Otávio Rocha, que permitiu unir o porto à zona sul, mudando consideravelmente o perfil urbano do centro da cidade. O Viaduto foi uma obra conjugada com o aumento do trajeto da avenida, indo primeiro até a Praça Montevidéu e depois com sua extensão até a Praia de Belas, em 1943.
No início dos anos quarenta do século passado, começaram a surgir grandes espigões na Borges de Medeiros, fruto de incentivos fiscais concedidos pelas autoridades que queriam pressa na mudança da arquitetura da cidade. A resposta foi rápida e logo brotaram prédios com 10, 15 ou 20 andares, como o Sulacap, o Sul América, o União e o Vera Cruz, este último considerado, na época, um marco da arquitetura modernista.
Com o aterro na região do Praia de Belas, a Borges é ampliada até a Avenida Padre Cacique tendo como área limítrofe de lazer, o Parque Marinha do Brasil.

A esquina da Av. Borges de Medeiros com a Rua Sete de Setembro em duas épocas diferentes.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

EDUARDO ARAÚJO "O BOM" DA JOVEM GUARDA

Eduardo Oliveira Araújo nasceu em Joaíma, Minas Gerais em 23 de Julho de 1942, integrou a Jovem Guarda e conseguiu alcançar um grande êxito com o tema O Bom, canção gravada em 1967.
Na infância os seus ídolos eram Luiz Gonzaga e Pedro Raimundo. Na adolescência, Eduardo deixa-se influenciar pelo Rock and Roll (principalmente por Gene Vincent). Em 1958, participa na banda "The Playboys" e em 1960 apresentava-se no programa de rádio de Aldair Pinto.
Em 1960, Eduardo muda-se para o Rio de Janeiro e começa a aparecer no programa de televisão "Hoje é Dia de Rock" apresentado por Jair Taumaturgo. No ano seguinte, grava um disco de 78 rotações intitulado "Eduardo Araújo".
Também participou no "Clube do Rock" apresentado por Carlos Imperial. Desapontado com o pouco sucesso obtido, Eduardo volta para Joaíma.
Em 1967, após gravar com The Fevers e assinar um contrato com a TV Excelsior, grava dois dos seus maiores sucessos, as canções, "O Bom" e "Vem Quente Que Estou Fervendo" (gravada anteriormente por Erasmo).
Eduardo assina contrato com a TV Excelsior para apresentar o programa "O Bom" ao lado de Sylvinha (com quem se casaria em 1969).
Em 1968, grava o álbum de Soul Music "A Onda é Boogaloo", álbum produzido por Tim Maia.
Com o fim da Jovem Guarda, Eduardo grava discos influenciado pelo psicadelismo e o rock progressivo. Nessa época recria canções de compositores brasileiros como Chico Buarque, Ary Barroso e Luiz Gonzaga.
Após ter ficado 5 anos afastado da carreira musical, Eduardo compõe uma canção em homenagem ao cavalo Mangalarga Marchador e grava um disco com influências da música country e do country rock.
Nos anos 90, mantém o estilo da década anterior. Apresenta dois programas de televisão "Pena na estrada" (exibido pelo SBT) e "Brasil Rural" (exibido pela TV Bandeirantes).
Em 1997 grava o álbum "Pó de Guaraná" em Nova Jersey. O álbum conta com a participação da banda brasileira Dr. Sin.


Eduardo Araújo (1971) - LP Odeon MOFB 3681, 1971

Disco gravado já no início da década de 70, quando o seu rock estava ficando mais puro e consistente. Este é um dos seus melhores trabalhos. Algumas das faixas do álbum são bem conhecidas, mas Eduardo Araújo deu-lhes uma nova interpretação, misturando Rock e Soul Music, com uma sonoridade espectacular.

Faixas / Track List:

01 - No rancho fundo (Ary Barroso - Lamartine Babo)
02 - Salve, salve brasileiro (Marcos Durães - Eduardo Araújo)
03 - Ave Maria do Morro (Herivelto Martins)
04 - Preciso chegar (Carvalho - Eduardo Araújo)
05 - A canção do povo de Deus (Geraldo Nunes)
06 - Carinhoso (Pixinguinha, João de Barro)
07 - Explosão norte - sul (Zapatta)
08 - A ilha (Taiguara)
09 - Porque que a gente morre (Carvalho - Zapatta - Eduardo Araújo)
10 - Meu pai não me avisou (Carvalho, Eduardo Araújo)
11 - Asa branca (Luiz Gonzaga - Humberto Teixeira)

segunda-feira, 18 de junho de 2012

PAUL McCARTNEY E SEUS 70 ANOS


Ex-Beatle celebra sete décadas de vida esta segunda-feira e é cada vez mais um dos músicos mais admirados em todo o mundo.

Nem a passagem dos anos nem os novos talentos musicais podem ofuscar Paul McCartney, uma lenda viva que completa nesta segunda feira, dia 18, setenta anos e é tão venerado pelos britânicos como a Rainha Elizabeth II da Inglaterra.

Nascido em 18 de junho de 1942 em Liverpool, noroeste da Inglaterra, Sir James Paul McCartney fará nesta segunda uma pausa em sua extensa agenda de trabalho para celebrar seu aniversário sem grande pompa, rodeado por família e amigos, segundo ele mesmo revelou.

Com seu aspecto de eterno adolescente, sua simplicidade e sua proximidade das pessoas, McCartney continua gerando muita atenção da mídia e é sinônimo da melhor coisa que aconteceu ao Reino Unido no século XX em termos musicais: Os Beatles.






A ESTRÉIA DOS BEATLES



Os Beatles ainda com Pete Best (o 3º) na bateria.


ESTRÉIA DOS BEATLES NO CAVERN CLUB FOI A 9 DE FEVEREIRO DE 1961.

Os Beatles tocaram pela primeira vez no Cavern Club, em Liverpool a 9 de Fevereiro de 1961.

Segundo o jornal britânico "The Guardian", essa terá sido a primeira aparição oficial dos Beatles no clube, que se dedicava sobretudo ao jazz, embora John Lennon, Paul McCartney e George Harrison tenham atuado lá antes enquanto The Quarrymen.

Na altura, os Beatles eram Lennon, McCartney, George Harrison e Pete Best, o baterista que antecedeu Ringo Starr, rondavam os vinte anos e apresentavam-se com calças de cabedal a tocar rock n"roll, mais de um ano antes de terem lançado o primeiro single, "Love me Do".

Na verdade, o Cavern Club foi destruído na década de 1970, para dar lugar a um centro comercial, mas uma réplica do clube foi construída pouco depois na mesma rua, sendo um dos atrativos turísticos de Liverpool, a cidade onde os Beatles nasceram.

Naquele clube, os Beatles deram quase 300 atuações até Agosto de 1963.

SUELY E OS KANTIKUS






Suely E Os Kantikus - Single Phillips S 7” nº 365.258 PB (Promocional) – 1968.
Disco considerado raro.
Garage/Psych. - 1º lugar - I Festival Universitário da TV Tupi (SP)

Faixas / Tracks:

01- Que Bacana (Richard Carasso)
02- Esperanto (Richard Carasso)



Suely e Os Kantikus, grupo de Suely Chagas, que contava com a participação dos guitarristas Lanny Gordin e Rafael Vilardi.
Tratava-se de um grupo de São Paulo que, juntamente com outras bandas como Os Baobás, esteve na origem de Os Mutantes.
Gravou apenas este single (compacto 1968), com as músicas 'Que Bacana' e 'Esperanto'. O tema 'Que Bacana' ganhou o Festival Universitário realizado pelo Canal 4, de São Paulo.
É um disco autenticamente “garageiro”, liderado pela voz evocativa de Suely, mas enquadrada do começo ao fim no fuzz.
Mais tarde, Suely Chagas abandonou o grupo e emigrou para os Estados Unidos, perdendo-se a sua pista.

sábado, 16 de junho de 2012

O CARRINHO DE LOMBA E SEUS BONS TEMPOS

Foi nos anos sessenta e eu me lembro muito bem. Fui um dos protagonistas. Carrinho de lomba. Era o máximo.
A rua Costa Lima no bairro Teresópolis em Porto Alegre tremia com aquela frota de carrinhos de lomba à toda velocidade descendo lomba abaixo, muitos sem freio, contando com a sola dos kichutes ou congas de seus pilotos para parar.
Naquela época, de 1967 a 1969, nem a rua e nem a calçada tinham calçamento, era terra pura, levantando poeira mesmo. A maioria das casas tinha cerquinhas de madeira. A minha casa não fugia à regra. Era conhecida como a casa das camélias, porque tinha (ainda tem) dois pés de camélias na frente. Muitos chamavam de jasmin. Moro na mesma rua, mas não na mesma casa. Mas quando passo na frente do número 88, ainda vejo os pés de camélia. A cerquinha não existe mais, foi substituída por um muro. Era a casa mal-assombrada, ouvia-se barulho á noite. 
Nos fundos de minha casa tinha uma carpintaria. A entrada dela era um pouco mais abaixo da minha casa. Um dia fui na carpintaria perguntar se eles não tinham um pedaço de madeira. Disse que era para minha mãe fazer uma prateleira. O homem que me atendeu disse que sabia para o que eu queria a táboa. Claro, a moda na rua era o carrinho de lomba. Fiquei sem jeito, mas ganhei a táboa e feliz da vida fui fazer meu carrinho de lomba. Minha tia Ilma me ajudou a serrar a parte da frente para fazer aquele triângulo onde vai o eixo da direção.
Meu carrinho era o maior de todos. Pintei de verde com tinta à óleo e coloquei nele o número "um" com um pedaço de napa branco. Minha tia Ilma (novamente ela, que também é minha madrinha) costurou uns saquinhos de leite "Mimi" para cobrir o banco que era fofo recheado com pedaços de tecidos. Consegui as rolimãs em uma troca com o pessoal dos outros carrinhos, por bolitas e figurinhas de álbum. Pronto, alí estava ele. O carrinho número um. O maior. Talvez o melhor. Aquele que todos gostariam de andar. Estudava de manhã e quando chegava almoçava e depois de um tempo ia andar de carrinho de lomba. Não demorava muito e o pessoal começava a chegar. Durante a tarde toda era um sobe e desce. Que exercício. A subida é que não era muito agradável. Tinha que subir a pé carregando o carrinho. Mas a descida é que era o máximo. Certa vez, descendo a rua com um carona no carrinho, quase fomos parar em baixo do caminhãozinho da carpintaria que estava saindo para a rua. Foram tres anos assim de competições e desafios, até eu me mudar para o bairro Medianeira.
Hoje li num jornal, que no bairro Glória tem uns "guris" que ainda brincam de carrinho de lomba e que em muitas cidades do interior existem competições.
Num momento atual onde as crianças preferem jogos eletrônicos e internet, é muito bom saber que ainda existem crianças que procuram brincadeiras sadias e que muitos ainda fabricam seus brinquedos como fazíamos em nossa infância.
Hoje a rua Costa Lima tem asfalto e calçamento, bem diferente daqueles anos sessenta. Não se vê mais carrinhos de lomba, somente alguns meninos com skate. Moro na mesma rua e quando passo em frente ao número 88, lembro daquela época dos carrinhos de lomba.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

UM ANO DO BLOG

Olá Brotinhos de todas as idades. Nosso blog está completando hoje um ano. Passou rápido. Ele surgiu devido ao sucesso do programa e diante da necessidade de levar aos ouvintes do "Jovem Guarda - Recordar é Viver" informações sobre as atrações que iriam ao ar aos sábados e também relatar fatos que marcaram os anos sessenta.
Foram muitos os assuntos que tiveram pauta no blog: Histórias e curiosidades dos ídolos da Jovem Guarda, Ditadura Militar, Retratos que o Tempo Não Apaga, lembranças de acontecimentos por mim vividos, artistas que inspiraram os ídolos da Jovem Guarda, revistas em quadrinhos, futebol de botões, a bravura na Campanha da Legalidade.
Os anos sessenta foram anos especiais. Uma época realmente diferenciada das demais. Os verdadeiros Anos Dourados. Só quem viveu este período pode confirmar. Anos mágicos. Um período de grandes mudanças no mundo. Podemos fazer uma divisão entre o antes e o depois dos anos sessenta. Época de revoluções em diversas áreas. Os jovens decretaram sua forma de viver e sua moda. Grandes manifestações anti-ditadura tanto de estudantes quanto de sindicatos. Torturas e desaparecimentos foi uma das características do regime militar. O surgimento dos Hippies no Brasil. A afirmação do Rock nascido nos anos 50.   
 É um prazer imenso pesquisar e levar até nossos ouvintes e leitores estas informações históricas, oportunizando a quem não "participou" dos Anos Dourados, a informação do que acontecia no tempo de seus pais ou avós. Nosso objetivo é continuar sempre em busca de informações e fatos que se destacaram nos anos sessenta e sua respectiva reflexão nos anos atuais.
Roberto Bahy

terça-feira, 12 de junho de 2012

BAOBÁS

Baobás foi um grupo de rock criado em São Paulo em 1965, com seis integrantes, entre os quais, Arnolpho Batista, o Liminha e Tico Terpins. No ano seguinte lançou pela Mocambo um compacto simples com as músicas "Bye bye my baby" e "Pintada de preto". Especializado em versões dos Rolling Stones, The Doors e Jimi Hendrix. No seu início fez parte do grupo o baixista Arnolpho Lima, o Liminha, que depois integrou Os Mutantes e que nos anos 1980 e 1990 se tornou o principal produtor musical do país. Deixou o conjunto em 1967 sendo substituído por Tico Terpins, que anos depois fundou o grupo de punk rock Joelho de Porco. Ainda em 1967 o conjunto lançou "Don't bring me down" e "When loves come knocking". No ano seguinte gravou seu único LP.
O LP original (1968) é um disco basicamente de covers, que devido ao mistério em torno da história da banda levou muita gente aos “sebos”(lojas de vinil antigo) do Brasil atrás de uma cópia do LP. Aquela capa colorida, apenas com o nome da banda em vermelho (sem o "Os"), no entanto, fez a alegria de poucos. Gravado por uma pequena editora - Mocambo/Rozenblit - em 1968, o álbum é uma das maiores raridades da discografia nacional.

A história recontada dos Baobás tem seu ponto alto na presença entre os seus integrantes do atual produtor e ex-baixista dos Mutantes, Arnolpho Lima Filho, o Liminha. Aliás, com uma passagem meteórica pela banda, pois participa do único álbum, por tabela: ele gravou apenas o compacto com "Ligth My Fire (Doors) e Tonite (Guga, cantor da banda), esta última presente no LP. Liminha, que aparece na capa do compacto, é geralmente confundido fisicamente com o também baixista Nescau, presente na foto do LP.

A história inteira da banda, que desembocou na gravação deste álbum Antologia, começa com a beatlemania, quando adotaram o nome de Rubber Souls, e participavam de programas de televisão na capital paulista. Em 1966, estrearam-se com o compacto Pintada de Preto (Painted It Black, dos Rolling Stones) / Bye Bye My Darling (deles), ao qual se seguiram mais quatro singles, entre eles Happy Together (Turtles) e Down Down, um punk na linha "nuggets", de autoria do ex-O'Seis (o pré-Mutantes), Rafael Vilardi, então membro da banda.

A primeira e original formação do grupo contava com Ricardo Contins (guitarra), Jorge Pagura (bateria), Carlos (baixo), Renato (guitarra solo) e Arquimedes (pandeiro). Mas pela banda ainda passaram, além dos já citados, Tito, Tuca (ex-Lunáticos, depois Beatniks, Galaxies e Sunday), Guga, Calia e Tico Terpins (depois Joelho de Porco). Do disco, participam (da esquerda para a direita na foto da capa): Tuca, Nescau, Guga, Calia, Tico Terpins e Pagura.

O repertório do álbum é um mergulho na clássica e importada psicodelia da época, incluindo covers para Doors ("Hello, I Love You"), Love ("Orange Skies") e Kinks ("Well, Respected Man"). Conta ainda com hits do momento ("The Dock Of The Bay" - Otis Redding), standars como "Hey Joe" (Jimi Hendrix) e duas interessantes composições próprias - "Tonite" e "Got To Say Goodbye" (do guitarrista Tuca), ambas cantadas em inglês.
O nome Baobás - árvore gigante e frondosa da África - retirado do livro "O Pequeno Princípe", foi sugestão de Ronnie Von, que também batizou os Mutantes. Além do padrinho, com quem gravou um compacto ("Menina Azul", em 67), o grupo também acompanhou Caetano Veloso em programas de televisão e shows, substituindo os Beat Boys. Clássica banda de garagem, com as conhecidas exceções, a maioria dos integrantes virou os anos setenta nas universidades, de onde saíram médicos, dentistas e empresários.

Baseado no Texto de Fernando Rosa, publicado no site Senhor F.

Durante a sua existência, a banda lançou cinco compactos/singles e um LP, além de participações.
Discografia:
Compactos simples/singles:

Bye Bye My Baby / Pintada de Preto (Paint It Black) (Mocambo / Rozenblit CS-1.182) – 07/1966
Happy Together / Down Down (Mocambo / Rozenblit CS-1246) – 12/1966
Don’t Bring Me Down / When Love Comes Knocking (At Your Door) (Mocambo / Rozenblit CS-1.272) - 03/1967
Light My Fire (Acenda Meu Fogo) / Tonite (Esta Noite) (Mocambo / Rozenblit CS-1.307) – 06/1967
The Dock Of The Bay (As Docas da Bahia) / Spooky (Mocambo / Rozenblit CS-1.334) – 03/1968

Long play/L.P.:
Baobás (Mocambo / Rozenblit 40.388) – Junho/1968

Faixas/Tracks:

Bye Bye Darling
Pintada de Preto
Happy Together
Down Down
Light My Fire
Don't Bring Me Down
When Love Comes Knocking
Spooky
Baby Come Back
Night In White Satin
Well Respected Man
Undecided Man
Sunny Afternoon
Orange Skies
The Dock Of The Bay
Hey Joe

domingo, 10 de junho de 2012

BONNIE & CLYDE

Bonnie & Clyde
Clyde Chestnut Barrow, ou, como preferia se apresentar, Clyde Champion Barrow, nasceu em Teleco, no Texas, em 1909, e começou a carreira criminosa roubando um peru, aos 16 anos. Logo seguiram-se os furtos em lojas, residências e o roubo de um carro.
Bonnie Parker nasceu em 1910. Aos 18 anos, já tinha um casamento fracassado (ela se casara aos 16). Na escola, havia sido premiada várias vezes por escrever poesias e peças de teatro. Os dois conheceram-se em 1928, provavelmente na casa de uma amiga comum.
Dali a poucos dias, Clyde foi preso e condenado a dois anos de reclusão. Ela contrabandeou um revólver para dentro da cela, ajudando-o a fugir. Poucas semanas depois, no entanto, ele voltou a ser preso e, desta vez, condenado a 14 anos de cadeia.
O casal, que entrou para a história como "Bonnie & Clyde", ficou famoso na época da depressão econômica por assaltar bancos e postos de gasolina. Ficaram conhecidos não só pela carreira criminosa de gângsteres e talento para fugir da polícia, como também pelo romance entre os dois, que fascinou o mundo.





Brutalidade e fascinação
Bonnie Parker
Bonnie saiu da prisão em 1932, depois de dois anos de reclusão. Foi a partir daí que surgiu o casal Bonnye & Clyde. A chamada Bloody Barrow Gang fazia tremer o comércio: sinônimo de brutalidade impiedosa, mas também vista como um sinal de revolta contra a miséria, em tempos de crise. Em 1932 houve o primeiro assassinato. Os gângsters começaram a ser perseguidos por todo o território pela polícia norte-americana.
A gangue entrou em fuga permanente, roubando cada vez mais carros e cada vez mais fortemente armada. Seguiram-se 14 assassinatos e várias escapadas espetaculares dos cercos da polícia. Todo o país acompanhava os passos do bando.
No começo do ano de 1934, Bonnie e Clyde libertaram três companheiros de gangue da prisão. Foi o diretor desse presídio, Frank Hamer, que armou a armadilha mortal contra a dupla.
Ele fez contato com o pai de um dos rapazes da gangue e acenou com chances de impunidade, se este colaborasse na prisão da dupla. O golpe deu certo. Acreditando tratar-se de uma pane no carro do cúmplice, Bonnie e Clyde pararam para socorrê-lo, e foram atacados por seis francoatiradores. A salva de tiros acabou com suas vidas, mas iniciou uma lenda.
Bonnie & Clyde o filme com Warren Beaty e Faye Dunaway

sexta-feira, 8 de junho de 2012

RINGUEDOZE - PROGRAMA DE DOMINGO

Nada de Domingão do Faustão nem de Fantástico. Programa de domingo nos anos 60 era o SHOW DO GORDO, com Ivan Castro, que antes era o GORDO E O MAGRO, com Ivan Castro e Glenio Reis e na sequência o RINGUEDOZE.
O Show do Gordo era um programa de auditório, ao vivo, com atrações diversas e curiosidades. Tinha um quadro que se chamava Amor à Primeira Vista, no qual uma  candidata entrevistava três pretendentes a namorado sem vê-los. No final escolhia um deles para o qual era apresentada. Se o namoro evoluísse e virasse casamento, o casal recebia uma casa da contrutora Estrutural toda mobiliada e mais a festa com tudo pago. Sucesso também faziam as apresentações de curiosidades, que eram semelhantes ao "se vira nos trinta" do Faustão. Nas brincadeiras de colégio ou até em casa, dizia-se quando alguém fazia algo surpreendente: Vou te levar no Show do Gordo ou tem que ir no Show do Gordo.
Ivan Castro
RINGUEDOZE

Mas a apoteose do domingo era o Ringuedoze. Crianças e adultos ficavam acordados até mais tarde só para assistir ao show de lutas livres. O nome completo variava conforme o patrocinador. No começo era Ringuedoze Tevelar, depois virou Ringuedoze Liquigás, teve até o Marinha Magazine de patrocinador.
Apresentado por Éldio Macedo, os astros principais eram o Fantomas (mascarado), Scaramouche, Cigano Stiner e o ídolo Ted Boy Marino. Existiam os vilões e os mocinhos, previamente escolhidos pela produção.

O Ringuedoze foi um dos maiores sucessos de público da televisão gaúcha. Durante os anos de 1960 e 1970, não havia quem deixasse de olhar as lutas televisionadas, ao vivo, que ocorriam no ginásio da Brigada Militar (que era tipo o gigantinho da época) em Porto Alegre.
Os cinemas do interior chegaram a mudar seus horários de filme, pois as 20 horas ninguém saia da frente da TV. Quem ainda não possuia o aparelho, se deslocava cinco, dez, até quarenta quilometros para assistir nas casas de quem tinha.
Apesar de serem duelos de luta livre, o Ringuedoze não era apenas um esporte. O diretor e idealizador da atração, Ary dos Santos, queria montar um espetáculo e, para isso, precisava de artistas. As lutas eram cheias de passos e malabarismos ensaiados na antiga Academia Ringue Doze localizada na avenida Cristóvão Colombo e administrada pelo empresário dos lutadores do programa, Irineu Nilo Rizzo. Para deixar a atração com cara de show, existia uma mesa com comentaristas dentro do ginásio, junto com a presença de juízes, do cartunista Sampaio, que reproduzia as lutas ao vivo, e personagens que interagiam com o público, como o animador marreta. Ele controlava o gongo do programa e, caso um lutador caísse próximo a ele, levava marretada.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

A ORIGEM DA TELEVISÃO NO BRASIL



Em 18 de setembro de 1950 o Brasil viu, pela primeira vez, a televisão em funcionamento. A transmissão sofreu problemas, os aparelhos eram escassos e a programação uma incógnita. Ainda assim, inaugurou-se uma nova relação do brasileiro com o mundo da imagem. Hoje, não importa onde seja o lar, uma modesta casa de quarto e sala ou um sofisticado apartamento: lá reinará um aparelho de televisão. Com tela de alta definição, acesso aos canais pagos ou simplesmente um antigo modelo movido a óleo, a televisão é onipresente na nossa sociedade. Mas nem sempre foi assim.
Trazida por Assis Chateaubriand que fundou o primeiro canal de televisão no país, a TV Tupi em São Paulo e em 20 de janeiro de 1951, entra no ar a TV Tupi no Rio. Desde então a televisão cresceu no país e hoje representa um fator importante na cultura popular moderna da sociedade Brasil. Em 1955 é inaugurada a TV Rio, aliando-se à TV Record, inaugurada em 1953, às Emissoras Unidas. Em agosto de 1957 inicia-se as transmissões entre cidades no Brasil, com um link montado entre a TV Rio e a TV Record, ligando as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, com a transmissão do Grande Prêmio Brasil de Turfe, direto do Hipódromo da Gávea no Rio. Em 1959 surge a TV Continental canal 9 no Rio, trazendo a novidade do video-tape para o Brasil, ela seria cassada em 1972. Em 1960 é inaugurada a primeira TV Excelsior em São Paulo, a segunda viria em 1963 no Rio. As duas sairam do ar por decisão do governo em 1970.
Em 1960 foram inauguradas as duas primeiras emissoras de televisão do Recife: TV Jornal do Commercio e TV Rádio Clube de Pernambuco. Em 26 de abril de 1965, entra no ar a TV Globo canal 4 do Rio, embrião da Rede Globo de Televisão. Em março de 1966 a TV Globo do Rio compra a TV Paulista transformando-a em TV Globo de São Paulo, primeiro passo para a criação da Rede Globo. Em 13 de maio de 1967, começa a funcionar a TV Bandeirantes canal 13 de São Paulo, primeira emissora da Rede Bandeirantes. Em 1968 foi inaugurada a primeira emissora de TV educativa do Brasil: TV Universitária, da Universidade Federal de Pernambuco. Em 28 de fevereiro de 1969, inaugura-se no Brasil as primeiras torres de rastreamento de satélites pela Embratel, então uma empresa estatal, localizadas no município de Tanguá no Estado do Rio de Janeiro, ligando em linha direta o Brasil entre si e com o restante do mundo. Em 31 de março de 1972, foi inaugurada oficialmente a TV em Cores no Brasil. Em abril de 1977 é cassada a TV Rio.
Em 16 de julho de 1980, foi fechada pelo governo federal a Rede Tupi de Televisão, emissoras pioneiras da TV no Brasil, no ar desde a década de 1950. No dia 19 de agosto de 1981, Silvio Santos unifica suas emissoras fundando o SBT. Em 5 de junho de 1983, é fundada no Rio de Janeiro, a Rede Manchete composta de canais no Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza e com representação em Brasília. Em março de 1985, o Brasil começa a operar com o seu primeiro satélite, o Brasil-Sat. Em 1987 volta a funcionar a TV Rio que mais tarde seria vendida a Igreja Universal. Em 9 de novembro de 1989, a TV Record de São Paulo é vendida para Edir Macedo, iniciando então a Rede Record de Televisão. A primeira TV por assinatura no Brasil surgiu em 1990 nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, no sistema "MMDS", a empresa pioneira foi comprada no ano seguinte pela Editora Abril, que transformou-a em TVA. Em 16 de maio de 1999 a Rede Manchete foi vendida a um grupo de empresários paulistas que fundaram a Rede TV!. A TV Digital no Brasil teve início as 20h30min do dia 2 de dezembro de 2007, inicialmente na cidade de São Paulo, pelo padrão SBTVD (Sistema Brasileiro de Televisão Digital), o mais completo e avançado do mundo.

A TV EM PORTO ALEGRE

A primeira emissora de televisão em Porto Alegre foi a TV Piratini canal 5 (já extinta), seguida da TV Gaúcha canal 12 (atual RBS TV). Logo em seguida, outubro de 1969, surgiu a TV Difusora canal 10 (hoje Bandeirantes) no morro Santo Antônio.
Tanto a TV Piratini quanto a TV Gaúcha (localizadas no morro Santa Teresa), foram vítimas de incêndios.
O prédio onde ficava a TV Piratini, após o fechamento desta pelo governo, passou a ser utilizado pela TV Educativa canal 7 do governo estadual, e o SBT obteve a concessão do canal 5.

sábado, 2 de junho de 2012

AS REVISTAS DISNEY E O APRENDIZADO DA LEITURA.

Durante muitos anos, principalmente na década de sessenta, a leitura das revistas em quadrinhos com os personagens de Walt Disney foi muito comum.
Eram quatro títulos que muito ajudaram a criançada a aprender a ler; O Pato Donald, Mickey, Zé Carioca e o Almanaque Tio Patinhas. Chamados de gibis, as revistas em quadrinhos eram não só um instrumento de leitura, mas também serviam para coleção. Muitos, após lerem, faziam a troca com outros leitores. Era comum nos cinemas antes das matinés, a troca de gibis.
O almanaque Tio Patinhas era maior e portanto com mais estórias.

Tio Patinhas é um pato quaquilionário conhecido como pão duro. Sua relíquia maior era a moedinha número um que foi o que lhe deu sorte e fortuna. Sua Caixa forte mais parece uma piscina de dinheiro, na qual ele toma "banho" para se sentir melhor.
Pato Donald é seu sobrinho, e por sua vez tem também seus três sobrinhos: Huguinho, Zézinho e Luisinho. Sua namorada é a Margarida, uma pata charmosa e elegante, que também tem suas sobrinhas: Lalá, Lelé e Lili. Eles moram em Patópolis.
Dessa turma tem também o primo Peninha, meio desastrado, o Gastão, um pato galã.

O camundongo Mickey é muito inteligente, e foi o primeiro personagem de Walt Disney. Sua namorada é a Minnie e seu amigo é o Pateta, que é um cachorro tipo pessoa, seu cachorro tipo cachorro é o Pluto.

Os irmãos Metralhas com suas roupas de presidiários sempre planejando algum roubo. O Mancha-Negra ajuda a compor a lista dos vilões.
Tem também a Clarabela (uma vaca que usa salto alto), o Horácio (um cavalo). As bruxas Maga Patalógica e a madame Mim, que estão sempre de olho na moedinha nº 1 do tio Patinhas.
São muitos os personagens, que seria preciso uma página inteira para lista-los.
Lembro que as revistas Disney muito me auxiliaram quando estava aprendendo a ler. Ganhei a primeira de uma amiga de minha mãe que disse que aquela revista me ajudaria muito na leitura. Não foi à toa que tive que trocar de sala no colégio, pois estava numa turma que ainda não sabia ler e fui surpreendido pela professora quando lia um papel que encontrei no chão.